Jovem cientista da Escola de Educação Básica da UFU pesquisa doença de Chagas
Publicado: 06/03/2023 - 08:57
Última modificação: 06/03/2023 - 08:57
Você conhece alguma cientista? Sabia que existe uma data para homenagear e reconhecer as pequisadoras? O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é comemorado anualmente em 11 de fevereiro. Neste ano, o Comunica UFU apresenta uma série de entrevistas com pesquisadoras de diferentes etapas da formação educacional, desde o Ensino Básico até a pós-graduação.
A primeira delas é a adolescente Maria Fernanda Santos Silva, de 14 anos, aluna do nono ano na Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (Eseba/UFU). Partindo da curiosidade de conhecer e aprofundar os estudos em ciência, desde os 10 anos de idade, ela desenvolve iniciação científica no Grupo de Estudos, Pesquisas e Inovações Tecnológicas (Gepit), coordenado pela professora Maísa Gonçalves da Silva.
Quando estava no terceiro ano do Ensino Fundamental, Maria Fernanda recebeu o convite do professor de Filosofia para estender a apresentação de um trabalho desenvolvido em sala de aula para a Feira Ciência Viva, projeto coordenado pelo Museu Diversão com Ciência e Arte (Dica/UFU). A participação da jovem cientista no evento proporcionou a interação com alunos de diferentes idades que pesquisaram temas diversos. Daí em diante, decidiu se inscrever no Gepit e dedicar-se à pesquisa.
Além da possibilidade de explorar diversas áreas, o grupo de estudos também oferta formações complementares por meio de minicursos, como metodologia de pesquisa, coleta de amostras e dados na área de humanas e exatas, entre outras optativas disponíveis na grade horária. A experiência em cursar as disciplinas optativas contribuiu para que Maria Fernanda entendesse como funciona as demais áreas em que também pode exercer a prática da pesquisa.
O trabalho desenvolvido em parceria com as colegas Ana Laura Silva e Mariana Vedovato Zuffi, sob orientação da professora Ariane Siqueira, denominado “A relação entre vírus e vacinas – análise dos livros didáticos”, recebeu o prêmio destaque em melhorias para educação e também o de 2º lugar na Categoria Ensino Fundamental II – Ciências Biológicas na Feira Brasileira de Iniciação Científica (Febic) 2022. O relatório final das jovens pesquisadoras aponta que o professor deveria fazer um material à parte para complementar as aulas, pois o livro didático tratava o assunto de forma superficial.
Além da premiação, a adolescente pode ver agora o fruto de dias intensos de estudos desenvolvidos em 2021: o capítulo sobre “Tecnologias digitais e covid-19: Conhecendo o novo coronavírus”, do livro “Iniciação científica de jovens pesquisadores - uma coletânea ciência viva”. A publicação é, mais uma vez, uma parceria com as colegas Ana Laura e Mariana Zuffi, sob coordenação das professoras Maísa Gonçalves e Ariane de Souza.
Maria Fernanda lembra de, quando aluna do sexto ano do Fundamental, ter estudado sobre “a doença do barbeiro”. No entanto, a forma como as disciplinas abordam as questões relacionadas à transmissão, tratamentos, sintomas e até mesmo prevenção em sala de aula pode ser superficial. Inclusive, foi o que ela observou na sua primeira iniciação científica, com base na sua análise de livros didáticos: a superficialidade que alguns assuntos são abordados.
Já no ano de 2022, dedicou-se a desenvolver um novo projeto de pesquisa. Dessa vez, o tema tem a ver com a área da saúde. Maria Fernanda tem investigado a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. A pesquisa tem a finalidade de analisar a situação epidemiológica da doença de Chagas no município de Uberlândia (MG), no período entre 2018 e 2020. A jovem cientista tem até março deste ano para finalizar o relatório.
Leia a entrevista que a jovem pesquisadora concedeu para a série “Mulheres e Meninas na Ciência”:
https://comunica.ufu.br/node/22506